A coragem e o medo
“Não escrevo muitas coisas sobre mim... nem de quem me acompanhou na vida ou de coisas que me aconteceram... nem sequer das marcas que me deixaram certos momentos, palavras ou gestos... Haverá sempre coisas em mim das quais nunca falarei...
Vêem-me como uma rocha, mas poucos sabem que por trás desta rocha esconde-se uma mulher que já não fala daquilo que sonha...
Vêem-me como uma guerreira, mas ninguém percebeu que dentro desta armadura está uma mulher que só espera por alguém que queira combater a seu lado...
Vêem-me cheia de coragem, mas a minha coragem tem origem no medo...
Se pensam que eu sou uma pessoa que não preciso de ninguém, estão rotundamente enganados... ao contrário... gostaria de ter alguém que notasse em mim aquela parte mais frágil e cuidasse dela...
Não preciso que me digam o quanto eu possa ser especial, o quanto sou forte ou corajosa, ou de quanto eu possa ser um boa amiga ou boa pessoa... Só preciso de alguém que reabra aquelas portas, há tanto tempo fechadas... Alguém que me faça sentir capaz de exprimir os meus sonhos através de simples gestos...
Preciso de alguém com quem me possa emocionar e não de alguém de quem me tenha que defender mostrando frieza ou escondendo as minhas lágrimas...
Preciso de rir e de ser o motivo do sorriso de alguém...
Como mulher, como pessoa, eu não sou só coragem, força ou dureza...
Sou aquilo que já não mostro...
Sou tudo aquilo que só espera a pessoa certa para se mostrar ainda sem medo...”