REBELIÃO À BRAZILEIRA.
Bora fazer uma emboscada…
ou preparar uma cicuta à brasileira.
Martine vermelho, limão siciliano, gelo e mel.
Agita bem a la ditadura, um pouquinho de pólvora,
lirismo tropical, charuto cubano, um tango argentino,
chá de coca, um mantra tupiniquim, um tiquinho de literatura ou talvez uma caipirinha.
Um pouquinho de bossa, chorinho, samba e baião.
No braço esquerdo amarra-se uma fitinha do Bomfim,
pede licença aos orixás e aos neopentecostais
deposita um dindin. Bota no rosto um sorriso largo, agradece ao coroné,
dá um tapinha nas costas de Zé do povo
e bota o bloco na rua, pois já é carnaval.
Daqui ouvi o choro bem longe, porém ouvi…
veio lá da Farias Lima, ou talvez de outro chic centro empresarial. Não sei se era grito de uma alma
ou o ruído de uma cureta nas entranhas do endométrio. Bora desfilar na avenida Brazil, pois a cuíca já roncou,
a escola já entrou - só na avenida - e o futuro nunca chegou.