VOO SILENCIOSO

Por vezes me calo, mas o meu silêncio não significa que nada sinto.

Nem sempre eu reclamo, isto não significa que eu esteja confortável.

Neste instante eu não choro, mas a dor se faz presente.

O meu sorriso é esporádico, mas espontâneo, não que eu seja infeliz, é que a dor não dá tréguas.

Eu não necessito a todo instante me lamentar, pois sei, o que eu sinto é menor que a dor de muita gente.

Preciso constantemente considerar, a minha situação é privilegiada quando olho ao meu o redor.

Hoje constatei que sou mais livre que um passarinho na gaiola.

Então aprendi que, mesmo enclausurado, sem poder voar, o pássaro canta para continuar vivendo.

Eu não canto como um passarinho no cativeiro, porquê não sei cantar. Então escrevo poemas, que é a forma que encontrei para voar.

Samuel De Leonardo (Tute)
Enviado por Samuel De Leonardo (Tute) em 13/05/2024
Código do texto: T8062292
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