VOO SILENCIOSO
Por vezes me calo, mas o meu silêncio não significa que nada sinto.
Nem sempre eu reclamo, isto não significa que eu esteja confortável.
Neste instante eu não choro, mas a dor se faz presente.
O meu sorriso é esporádico, mas espontâneo, não que eu seja infeliz, é que a dor não dá tréguas.
Eu não necessito a todo instante me lamentar, pois sei, o que eu sinto é menor que a dor de muita gente.
Preciso constantemente considerar, a minha situação é privilegiada quando olho ao meu o redor.
Hoje constatei que sou mais livre que um passarinho na gaiola.
Então aprendi que, mesmo enclausurado, sem poder voar, o pássaro canta para continuar vivendo.
Eu não canto como um passarinho no cativeiro, porquê não sei cantar. Então escrevo poemas, que é a forma que encontrei para voar.