Avenida Paulista

Estava ali, só e sozinho. Era de manhã, o sol mal havia saído da toca. Meio sem jeito, fugia dos prédios e das árvores. Quando olhei para o alto procurando um raio de luz, percebi que não estava tão sozinho como imaginava. No décimo andar, alguém acenava com carinho. Olhei para os lados, não vi, viva alma. Pensei... Pode ser para mim. Eu era o único despreparado a andar por ali naquele exato momento. Fui desleixado e não percebi quem era. Mas a curiosidade saía de dentro para fora. Desejei dar mais uma olhadela. Quando virei para cima, percebi que a janela já estava fechada. Como não havia mais nada a fazer, retornei ao edifício. No elevador, uma voz poderosa pediu: __ O décimo, por favor! Ah, gradeço a Deus por ser cego, surdo e mudo.

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 13/05/2024
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