DA INFÂNCIA...

 

Da infância ficou o quintal, grande, imenso, mágico.

 

Ficou a casa que hoje ainda resiste. Por que tudo parecia tão grande na infância? Seria porque eu é que era pequena? Ficaram as árvores frondosas, pereiras, ameixeiras, araucárias. Colhia-se fruta no pé, catava-se pinhão na relva. E na casa, ficaram as vozes e as risadas, da família, das crianças. Os cheiros da cozinha simples, da mesa posta com amor. Havia música no rádio, que acompanhávamos cantarolando.

 

- Bença mãe, bença pai! Todo dia ao levantar e ao deitar.

 

Respeito e amizade eram servidos à mesa, como se serve um prato finamente decorado. Na varanda uma rede para descanso e entre as árvores, no galho mais forte da pereira, um balanço que rangia enquanto ia e voltava. Ia e voltava...

 

Esse tempo não vai mais voltar.

 

 

Aloysia
Enviado por Aloysia em 11/05/2024
Reeditado em 09/11/2024
Código do texto: T8061017
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