DA INFÂNCIA...
Da infância ficou o quintal, grande, imenso, mágico.
Ficou a casa que hoje ainda resiste. Por que tudo parecia tão grande na infância? Seria porque eu é que era pequena? Ficaram as árvores frondosas, pereiras, ameixeiras, araucárias. Colhia-se fruta no pé, catava-se pinhão na relva. E na casa, ficaram as vozes e as risadas, da família, das crianças. Os cheiros da cozinha simples, da mesa posta com amor. Havia música no rádio, que acompanhávamos cantarolando.
- Bença mãe, bença pai! Todo dia ao levantar e ao deitar.
Respeito e amizade eram servidos à mesa, como se serve um prato finamente decorado. Na varanda uma rede para descanso e entre as árvores, no galho mais forte da pereira, um balanço que rangia enquanto ia e voltava. Ia e voltava...
Esse tempo não vai mais voltar.