O que será de nós no futuro?
O que será de nós no futuro?
Primeiro, foram os ovos caipira; aos poucos, fomos nos acostumando com os ovos de granja; hoje, dá nojo comer ovo de galinha caipira.
Aí, vieram os frangos de granja, todos branquinhos e uniformes. Hoje, quem tem menos de 40 anos sequer tem conhecimento de que se comia galinha caipira.
Mais tarde, aconteceu o mesmo com os porcos e com o gado.
Hoje, ninguém é capaz de saber como são gerados os animais cuja carne chega à nossa mesa, pois o galo não dorme mais com a galinha. Será que ainda existe galo? E o boi, será que ainda reconhece a vaca no cio pelos feromônios?
Estive em Manaus recentemente e me surpreendi ao perceber que as feiras não vedem mais peixes selvagens. Não existe mais tambaqui, nem jaraqui, nem pacu ou matrinchã de rio. Fui a uma feira no bairro do Alvorada, onde nenhum feirante conhecia peixe de rio. Ou, se conheciam, ficaram com vergonha de assumir tamanha retrogradação.
Agora, estão fazendo o mesmo com a raça humana. É bem possível que daqui a uns 20 anos ninguém há de se lembrar de uma mulher biológica, daquelas capazes de menstruar e de sofrer de TPM; ou de um homem natural de fábrica, já nascido com testosterona e que emite suor pelas axilas.
Talvez, então, havemos de nos aperceber de que concretizou-se, em parte, o sonho idealizado por Adolf Hitler, de purificação da raça humana. Teremos uma raça pura, só de iguais, sem homens ou mulheres.
Então, talvez eu não seja preso por ser homem, pois já vou estar com 86 anos de idade. E, com um pouco de sorte, algum repórter, encobrindo o meu rosto e distorcendo a minha voz para não ser reconhecido, me entrevistará para falar sobre como era a vida entre homem e mulher ao tempo que existiam.
E com um pouco mais de sorte, não serei reconhecido para não envergonhar os amigos avós e bisavós das novas gerações concebidas em provetas.