Era uma saudade, ou alguma coisa assim...
Ah, saudade...
Afinal de contas, o que é você?
Uma melancolia, um suspiro, um olhar?
Uma lambança, uma aflição, um pesar?
Me parece que a saudade, é uma espécie de inquilina, que aluga nossa mente, sem contrato. Sem mensalmente nos pagar o que é devido.
Se mais profundamente pensarmos, se revela o mistério de não saber, se nós vivemos nela, ou o contrário.
Se revela o mistério de não saber, se é o amor que fica, ou amor que vai.
Ah, saudade...
Apesar de cruel, é a mais igualitária dos sentimentos.
Democrática, por si mesma.
Existe um tipo de saudade pra todo e qualquer coração, [sem distinção...]
E não houvera, quem sabe, um homem no mundo que não a carregue.
Da saudade, não tem como fugir. Onde quer que estejamos, ela sabe onde nos encontrar.
Em um certo estágio da vida, a saudade se torna colecionável. Há sempre uma nova versão, para cada tempo, para cada estação.
Saudade, [é só um pouco], do que dura [o tempo todo].
Ah, saudade... eu lhe sinto.
Sinto saudade da época, em que não havia época, para ter que senti-la.