Mais tola, só sendo mais de si II

A minha tolice merece ser aplaudida.

Reconheço que para haver alguém mais tola, somente com alguma condição patológica.

Sou muito tola.

Mais tola do que o mundo pode prever.

Mais tola que qualquer um pode prever, até eu mesma.

O que me leva a essa conclusão? Simples.

Caio sempre no mesmo engano.

Caio sempre na tolice de esperar algo de quem diz se importar.

Caio na cilada de ir buscar apoio em quem não quer dá-lo.

Debruçada sobre as letras, escrevi a respeito. Não uma, não duas e não três.

Em todos relata a mesma coisa: silêncio, abandono cruel, covardia, falta de disposição de estar presente, ao passo que se esforça em ser ausente.

Descrevi tudo, e pior narrei a quem com esse mal me aflige, e em troca, recebi mais elementos para uma quarta escrita.

Diante disto? Quem poderia ser mais tola?

Quem permite e leva a si mesma a um massacre? A um banho de sangue que levou tudo que há?

Eu.

Eu fui em busca de um apoio que não viria.

Para apoiar precisa amar, gostar, ainda que um pouquinho. Ainda que uma migalha. Ainda que o tamanho do gostar, seja como uma gota de oceano.

Mas eu espero recíprocidade de quem não gosta nada de mim.

É sobre intensidade não é? Eu faria qualquer coisa por ele, ele não pode me ouvir ou trocar simples palavras comigo.

É analisando isso, vejo que algumas coisas são consequências dos atos de qualquer um. Dos deles se dispor a todos que não prestam e que não valorizam, e dos meus, que insisto em mentir para mim achando que ele se importa.

Digo que é uma dor gigante acreditar que pode contar com alguém, que ela será seu porto seguro e na verdade você é um fardo que ela sonha em se livrar.

Diante disto, pergunto: tem alguém mais tola do que eu?