Cacos de nós
Pelas correrias da vida, os cacos de nós machucando os pés. E adiante dos horizontes alcançados, mais outros tantos para ver o sol se por novamente, cada vez com a cara mais cansada.
Vida é bênção que salta chorando do berço e corre pelos quintais em criancices, até se dependurar nos balanços da puberdade e escorregar nos tobogãs da juventude, para depois aventurar-se nos mares e sertões da fase adulta e por fim, ir sentar nos bancos das praças da senilidade e observar os jardins em suas minudências, quando de primaveras se pintam ou de outonos se permitem desfolhar.
Pelas ventanias das emoções, coisas, poesias e canções se determinam alegres ou não. Tudo é parte de uma história que nunca se sabe o final, nem se conhece exatamente os coadjuvantes, senão somente a existência do personagem principal nas suas indefinições e na sua capacidade de criar improvisos a todo instante.
Viver, nem é preciso saber, somente se permitir ser. Mas, os cacos de nós machucando os pés, são inevitáveis.