Prosa Urbana
De dez em dez minutos meus pensamentos são rasgados por sirenes de patrulhas ou ambulâncias, não sei se você me entende mais dispenso lentamente esse último adeus aínda cravado na alma,
Outra vez todos os momentos do dia são um só, ignoro os sonhos com seus ideais e a indiferença vai caindo em pequenas gotas de veneno, mais a vida ainda é um manancial que não seca mesmo que a bondade escape pelo telhado,
Aqui dentro tem roupa suja, receios e flores, mais alguns pedacinhos de felicidade são como aves migratórias, tudo e visceral cômico e absurdo, o desejo e vulnerável, o abismo e um enigma e o mundo e cheio de filósofos num púlpito de ilusões,
Talvez exista dor nessa paz disfarçada se monotonía,
Talvez exista amor escondido na melancolia...