Amor Próprio
Sem julgamentos, comparações, ou pressa, eu sigo a um passo de cada vez. Já não temo a escalada porque não ando só. O caminho do bem exige disciplina, mas a colheita é farta. Preciso me apropriar das minhas virtudes, dos meus talentos. Falhas, tropeços, confusão, tenho demais. Claro que tenho dons, tenho qualidades. Só me faltam olhos com atenção generosa, a mudança de foco é fundamental. O que não tenho posso conquistar, ou aceitar que não me pertence. O que tenho precisa ser valorado sem vaidade. Com carinho devo ajustar as velas e seguir um rumo mais sincero, e menos doloroso. No contraponto das ausências encontram-se as presenças internas que embelezam a minha estrada. É simples assim. Aqui dentro um universo rico fora da curva. Não há normalidade que resista aos encantos dessa insanidade elegante. Um caminho de liberdade que não afeta o habitat alheio. Se não faço o mal, nem desejo o mal, que mal há em ser eu mesma? Assim, com as palavras embaralhadas. Com os desvios de rota. Com a compreensão um tanto vesga. Mas com esse sorriso franco. Com essa verdade pontual que ressalta o meu ponto de vista, minha maneira peculiar de pensamento. Não preciso dessa maldita síndrome de tartaruga! A receita é tirar as máscaras do medo, as vestes da insegurança, me expor nua, crua nos meus versos livres, na minha alma leve, no meu espelho imperfeito…
*Si*