EMOÇÃO

Eu me sinto uma pessoa útil, quando consigo levar alivio para quem sente dor na alma, quando eu possa esclarecer a mente de uma pessoa que anseia por conhecimento, ou quando eu consigo afastar o temor e a dor do meu próximo com palavras engraçadas para descontraí-lo, o humor nesses momentos é de fundamental importância.

Talvez pela sensibilidade em alto nível em que vivo atualmente, em função da idade cronológica, ontem passei um dos dias mais emocionantes da minha vida em um supermercado onde acompanhava minha filha.

Caminhando pelos corredores, uma menininha de no máximo 5 anos, do nada, aparece, e abraça com força minhas pernas, encostando sua cabecinha em mim em um gesto de ternura.

Meus filhos, sobrinhos fizeram isso quando pequenos, mas uma criança estranha, do nada me abraça de surpresa, nunca.

Fiquei olhando-a abraçada nas minhas pernas, demonstrando tanto amor, que eu me emocionei. Por que ela teve essa reação quando me viu? Que mistério é esse?

Emocionado, passei a mão nos seus cabelos e aguardei sua próxima reação. Depois de alguns segundos, ela olhou para mim, sorriu e saiu correndo.

Curioso fui atrás, afinal quem era aquele anjo.

Na padaria do supermercado ela correu junto a uma senhora muito humilde, não deu para saber se era mãe ou avó.

Fui até a senhora e pedi autorização para levar a menina na vitrine de doces da padaria ao lado, peguei a menina pela mão e pedi para ela escolher um doce. Ela olhou pra mim como estivesse duvidando. Escolha o que você mais gostar, eu disse.

Ela escolheu pedi para a atendente colocar naquelas caixinhas de isopor para viagem e entreguei a ela. Os olhinhos estavam cheios de lagrimas, sorriu, e correu para junto da senhora mostrando o seu tesouro nas mãos.

A senhora olhou para mim e agradeceu, foi quando eu percebi que ela carregava uma criança menor presa ao peito.

Chamei a menininha de novo, fomos para a padaria, e eu pedi novamente para ela escolher outros doces que gostasse. Assim foi feito, levei para o caixa e paguei, e dei a notinha na mão dela levar para senhora, quando saíssem do supermercado apresentar no caixa para mostrar que estava pago.

Ela me olhou com uma expressão de agradecimento, com os olhinhos molhados e um sorriso que jamais esquecerei do rosto daquela criança.

Confesso que não consegui me conter, voltei para o estacionamento, entrei no carro e chorei.

É a emoção vulnerável pela idade, com certeza.

Duda Menfer
Enviado por Duda Menfer em 29/04/2024
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