Uma prosa sobre uma terça-feira

Já faz um tempo desde que a chuva cortou o céu, deve ter sido apenas um sustinho de nada, não deu nem para notar, estávamos ocupados demais compondo olhares e resmungando sobre a literatura tão cafona que nos insultou na biblioteca há alguns instantes. O horário nos empurrou até um ponto de ônibus, aquele pessoal da outra parada estava nos mirando. Imagine a cena, com um violão no braço e uma gaita, talvez me chamassem de Bob Dylan, talvez me chamassem de imbecil ou até mesmo de lelé da cuca, mas hoje, quero ser conhecido como o seu aroma, exclusivamente seu, como um tipo de canção temática de um parque de diversões cheio de fantasias horrendas e murais espalhafatosos.