Chuva funesta

Um forte vendaval trouxe consigo chuva torrencial. E eu que me encontrava tão sentimental... atirei-me de corpo e alma ao caos!

Choveu forte por aqui. Trovoadas, águas impetuosas se chocando forte(mente) contra as vidraças... um medo dorsal, invadiu- me.

Minhas janelas jorraram... descontrolada(mente)... inevitavelMENTE... meus sentidos ficaram dor(mentes). MomentaneaMENTE fui transportada, adentrei a atmosfera nebulosa... embaçada ficou minha visão. Imagens turvas ao longe, esforçavam-se para retirar-me desse transe... meus ouvidos rendidos pelo som em meu entorno. As janelas da minh'alma fecharam-se sem o meu consenso, fatigada que eu estava... em sonhos, você segurava minhas mãos dizendo que tudo iria ficar bem... confiante eu adormecia em teus braços fortes, ali era meu abrigo, ao qual meu corpo se aninhava sem esforço algum... era o encaixe perfeito... de corpo, de almas... de volta à realidade, notei que a chuva cessara, deixando vestígios de estrago por toda parte... meu corpo dolorido dava a real noção da destruição dentro de mim. Externamente, o arco íris abrandava a paisagem, no meu interno ele não despontou... e o meu inferno é constatar que você não está mais aqui para dar-me abrigo. Ao despertar, tenho que lidar com a terrível e cruel realidade, esforçando-me para não ir ao seu encontro. Não agora, não antes da minha derradeira hora... pois essa não seria a decisão mais acertada; então tento conformar-me, junto meus cacos e prossigo... arrastando.

》Nota: prosa inspirada em fato real de uma conhecida e que usei como inspiração para dar dimensão (mas não mensurar) a dor do luto pela pessoa amada.

Fênix Arte
Enviado por Fênix Arte em 20/04/2024
Código do texto: T8046068
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