Sobre os voos que não alcei
No reino do sonho, no alto do distante
Pairam memórias de voos que não encarei
Ecos de asas cruzando o céu vibrante
Em desejos que por temor rejeitei...
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Porventura por medo ou falta de fé
Permaneci no solo, deixando o tempo passar
O céu, um livro que não li de uma só vez
Ocultando mistérios que não quis desvendar...
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Mas a beleza dos voos não realizados habita
Pois são eles que nutrem a utopia
No peito, a chama ardente nunca se evita
E a esperança de voar ainda é viva.
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Então, que os voos não percorridos se tornem estrofes
Na poesia do trajeto que segui
Cada asa não erguida é um universo
Ensinando que voar é aprender a ser livre aqui.
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MMXXIV