Pássaros

O que importa na expressão de uma escrita, é seu conteúdo interior, seu sentido profundo, verdadeiro, a fina essência, a cena descrita, vivida, sonhada. Vamos viajar, voar com nossos rabiscos, sem riscos, arisco, sem medos. O instinto do voo dos pássaros, o segredo das asas que batem sincronizadas, com sua flexibilidade necessária, conjunta. Na luz do dia, observo o bando de aves, das mais diversas espécies, voando na imensidão brilhante, do céu azul, ensolarado. O forneiro na leve chuva, junta em seu bico o barro untado, da terra vermelha, consistente, na construção de sua casa como fortaleza. Nas noites de frio, ouço o piar das corujas, e de outras criaturas diversas. Me aconchego num ninho seguro, secreto, protegido. Do campo para a zona urbana, atento-me no longo gorjear de sábias, bem-te-vis. Nas vilas e terreiros, as galinhas ciscam, ciscam o chão, em busca de sustento. No alto das nuvens, a silenciosa águia, com seu olhar longínquo, certeiro, da presa distante, porém próxima, num pequeno instante. Nos jardins e florestas, os beija- flores, tocam suavemente, diversas coloridas flores, no sugar de seu precioso néctar, com primor. Por sua prerrogativa apresentada, pela força da natureza viva, vivida. Um dia, sonhei que voava, livre como uma gaivota, mergulhando em busca do alimento, que sustentasse o meu ser, a minha alma calada, esquecida. Logo acordei, despertando na verdadeira realidade, percebi que ainda voava, com a plumagem suave, cores variadas, encantando, sorrindo. Isto é realmente uma sensação tremendamente indescritível, única e serena.

Carlucho Bueno
Enviado por Carlucho Bueno em 18/04/2024
Código do texto: T8044364
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