Teias da memória

A fantasia perpassa minha mente, esvaziada de pensar.

É um farfalhar de coisas, “nuas e cruas” ou “cozinhadas” por tempo incerto, no maturar dos devaneios.

O que marca o tempo de gestação, de madureza, de implemento do faz-de-conta, é o volátil querer. E posso querer mais do que abarco com o simples pensamento: materializar mais do que posso volatizar..., absorver mais do que posso secretar..., é como sendo veneno, pois sim!

É como sendo algo que imita peçonha e me faz acabrunhar, como que ficando enfermado aos poucos e de maneira que persiste.

Eu e meu ego gostaríamos que fosse de menos toxicidade. Mas em mim as teias da memória tem lá seus caprichos!, e tremulam tangidas por ventos madraços e mandriões.

Então, já que não posso controlar esses desatinos, deixe que o acaso os conduza por belos e pujantes rogos: vozeando de vento em popa, preferencialmente, eu e os meus outros eus!