Na tela
Na tela,
Entre as rochas da praia, descanso. Alimento as células com os raios solares e os minerais que acolhem meu corpo.
Deito no silêncio do céu e estendo meus pensamentos ao barulho das águas.
Profundas como quem a mar dentro, se lança e não toca o chão.
Amando o encontro da vida. Eu,os minerais e as águas beirando o ar.
E aí, um desejo. Brevemente, uma notícia. Partículas de teu ser particularmente me encontram no astral de meu descanso.
Queria ser uma artista que pinta o invisível. Que tem as técnicas da transformação, as manhas das manhãs e as tintas com pincéis ideais.
Talvez não seriam perfeitos, como teus peitos que jorram o leite da vida.
Em teu leito me peito na vida.
Mas, se eu pintasse, a tela estaria colorida.
Um arco tocando as bordas do infinito, ponta a ponta.
Com início,meio e fim. . só o amor dá íris ao arco.
A infinitude é amar o todo.
No arco, mil rosas retiradas das plantas que por crença na lida, presenteia-nos com seu orgasmo.
Na tela,um arco, as rosas e eu.
Pisando em minhas histórias, escritas, rabiscadas e registradas nos chãos.
Livros abertos para o teu pé pisar.
Mansinho.
Devagarinho.
Como quem sente o algodão.
Algo dão, em troca de nossa maciez.
Me espera.
O arco é finito.
Mas meu amor não tem fim.