Colapso estelar
Confesso, eu nunca fui mulher "comportada"...não houve alguém que fosse capaz de comportar a intensidade que flama em meu peito... por isso teus braços, ainda que fortes e imponentes, não foram suficientes para represar as urgências do meu coração, que findou cansado de tanto sofrer, quando só buscava sintonia para transbordar.
Quisera eu voltar no tempo e evitar meu transbordo, onde não havia espaço para eu abrigar-me.... entretanto, esse pesar ressoou tarde demais... caí em queda livre do ponto alto das minhas expectativas, explanadas num vazio estarrece(dor).
Quis tocar as estrelas, num vôo alto demais, nas asas do amor... amei por dois!... até cair em si. Sem braços que pudessem acolher-me ou amortecer a queda, caí das estrelas criadas pelo meu imaginário romanceado.
As luzes estelares foram se apagando uma a uma... culminando num colapso estelar.
Esse meu sentir aguçado, acelerado, exasperado...fez-me interpretar tudo errado. Você, forasteiro, pulando de coração em coração. Eu, espontânea por natureza, entreguei meu coração, atabalhoada(mente)... na ânsia de que o fizesse pulsar de forma descompassada...qual fosse melodia criada pelos amantes. Só me resta recolher meus cacos nova(mente), colar pedaço por pedaço, num rito de amor cocriado pelo meu interior, alimentando as centelhas do meu auto amor. Tem ausências que reverberam presença... a saudade é visceral!...tem presença que reverbera a mais profunda ausência... a distância é vital. Presente de corpo e alma em minha morada interna, estarei completa e curada do teu desprezo... num caso de amor notório, transcendental!... transbordando em cada poro...amor próprio... rasgando o céu feito estrela cadente... na cadência do meu ser.