E Luan não faz mais poesias citando a Lua
Não tinha quinze anos completos quando a professora de Português, ao dar uma expiada em seu caderno, descobriu que Luan compunha poemas e lhe aconselhando a não usar ‘eu’. - Se o verso indica a primeira pessoa, por que usar ‘eu’? Exp. (cantarolando) - “Quando ‘eu’ digo que não quero mais você, é porque ‘eu’ te quero”. (*) Entendeu?
Aos 22 anos e com mais de 700 poemas, Luan fez mais: não usa rima pobres com ão, ar, ir. Em compensação exagera com ‘ua’. Claro! Rima com Lua. Lua de Luan...
E surge repentinamente em sua vida Marisol. Aí a rima ‘ol’ ganhou vida. E Marisol o está convencendo a fazer parte do Recanto Poético, mas nada de poemas tipo “Lua, mostre-me o brilho dos olhos dela para me iluminar o caminho que me leva a ela”. Bobagem!
Marisol sugeriu que Luan rime ‘enigma’ com ‘insígnia’, ‘rio’ com ‘cio’, ‘vida’ com ‘perdida’, ‘sussurro’ com ‘escuro...’. Luan adorou a sugestão e agora busca rimas para delírios, volúpia...
Vai que a mãe de Luan, evangélica super praticante, desconfiou dessa amizade e andou bisbilhotando o caderno de poemas do filho. E foi direta: -Tem que compor poema que os versos rimem “luz com cruz e Jesus”, “pecados meus” com “perdoa Deus”, “pastor” com “amor...”
Luan concordou. No entanto o que irá publicar é um segredo do qual ele não tem mais medo. Marisol lhe mostrou a luz do Sol. E não cita em seus versos, apesar de todo o romantismo que está vivendo, nada que se refere à Lua. Acordou!
A expectativa é grande.
(*) Música Evidências - autores José Augusto e Paulo Sergio Valle