Alvos à mercê

Ataques –

Sombras ao redor –

Causando pavor,

Estremecendo a carne –

Febril a derme.

Até quando seremos surpreendidos,

Pelos estampidos?

Cessando a tranquilidade –

Aniquilando a paz,

Sem o menor aviso.

Alvos a mercê,

Às vezes, encontrando algum corpo,

Pelo meio do caminho –

Cancelando desconhecido CPF,

A gentrificação – Indesejado CEP.

Apenas números,

Adicionados à cruéis estatísticas.

Abatido por fútil crime –

O de apenas existir.

Qual apuração?

Onde foram parar as pistas?

Para o Estado não há punição,

No singular ou no plural,

Mais um preto, um pobre –

Tombado ao chão.

Veredito da hipocrisia podre,

A cidade em crescente favelização.

Sem os direitos básicos,

Da humanidade, a descaracterização.

Afim, de construir a história diferente,

A criança cresce já descrente.

Com a fome, a opressão na mente,

Deveras educação ausente.

Recebi o salário do desafeto,

O poder público desonesto.

Na mídia a ostentação,

Como sobreviver ao mundo cão?

Olho por olho –

Dente por dente.

Para ser validado tem que provar,

Cada vez mais e mais.

Com a linha de partida demarcada,

A chegada sempre distante.

O suor escorrendo no rosto,

À passos largos ficando para trás.

No peito carregando a resiliência,

Por vezes, pensando na desistência -

Haja paciência.

Sem ao menos percebermos a força,

A que nos move, a motriz.

Vem de onde menos se imagina –

Da ancestralidade.

Pode parecer difícil –

Ressoa a felicidade.

A cada pequena conquista,

Declarada ou não.

Nadando contra a correnteza,

O instinto – A natureza –

Correndo pela contramão.

Na ânsia da legalidade,

Vencendo o inimigo.

Nada de sorte para o azar,

Mergulho profundo, poupando o ar.

Silenciando os pensamentos,

Acalmando o coração –

Freio na desesperada intromissão,

De palavras intrusas,

De pessoas confusas.

Antes só do que mal acompanhada,

Da vida evitando os atropelos.

Emanando o amor próprio,

Desvanecendo a falta de zelo.

A meta é sempre seguir em frente,

Onde a verdade impera, iminente.

Emoldurando as boas energias,

O despertar - Este é o guia.

Prevalece o que é para ser,

Com o total merecimento.

Na luminescência –

Entre o amanhecer –

Ao anoitecer,

Perdurando noite estrelada.

A proteção, o toque sutil,

Revigora, momento útil.

A brisa leve tocando os cabelos,

Fortalecimento da conexão -

Perdurando os elos,

Através das dimensões.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 08/04/2024
Código do texto: T8037343
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