A FLOR E SEUS ESPINHOS
Hoje tento me mover com mais leveza pela teia labiríntica das relações. Andar entre as pessoas é um constante pisar em ovos, por isso estou treinando caminhar nas pontinhas dos pés, sem fazer muito barulho. Aliás, ultimamente o silêncio tem me parecido tão mais amigo das palavras do que a retórica gratuita. O silêncio fala, as palavras calam. Não espero dos espinhos carícias, apenas pago o preço para colher a flor. Mas minha essência quer outra coisa, espera outra coisa. Quer falar, gritar. Esperar dos outros o que eles não podem ou não desejam oferecer. E a vida é assim, não se pode domesticar por completo as relações. Uma hora ou outra alguém sempre morde a mão que o alimenta.