Liberdade 37
Ficou tão pequeno o passado, tão diminuto, inútil. Até as coisas boas tornaram inanimadas, viviam como quirelas de vida vivida.
Beijos dados, calor e afeto trocados, prazer doido de bom, momentos felizes e de satisfação, pueris, coisa pronta, insosso, comida fria.
Neste estado libertário, que hoje me revelou, impôe-me viver na sinceridade .
Nunca garantirei que sempre estarei ali, lá, acolá, nem no talvez das circunstâncias, mesmo que num presente certo de corpo físico.
O móvel que me integra é o que dita a hora do vai, não vai. Fica, ou não.
Até o presente, naquilo que não dou conta de resolver pela lógica, ou pelas mãos, aquilo que não depende somente das minhas para resolver, ou aqueles maiores casos, torna passado.
Os passados por várias mãos na história, e no hoje, que tenha virado osso duro de roer.
Dores, guerras, o soldado morto sem saber do porquê, a mulher violentada e morta num canto qualquer, a criança abandonada no afeto e no alimento, o idoso que não quer viver mais, e tem medo da doença e da morte.
Dor e mãos, dor e mãos, Almas, que não darei conta de resolver.
Da entrega, que me fiz liberta, me doo ao mundo, liberando-o de mim, descondicionando-o de mim, a não ser manter-me na sina nesta existência, junto aos demais, submetendo-me às condições que o destino me ditou, considerando-me gente, pertencente ao grupo da comunidade Terra, massa distante a tornar crítica, a que dará estrutura para um novo florescer.
Habilito fazer-me pertencer na egrégora dos desistentes do jogo, aquele vórtice que formará a massa crítica para o refazimento de um novo tempo, comunidade fraterna ideal.
Mesmo que ainda decaio da condição, trazendo para o presente o que virou lixo.
Isto que ninguém quer deglutir como presente..resultado do Passado inglório, gente sofrida, Almas Divinas esquecidas de quem são, carentes por felicidade e identidade espiritual, engodadas pelo materialismo de ser e viver o trivial, passageiro, a não ser o deglutir de um esperançar de um mundo de paz e glória pós morte, quimeras.
Deuses e Deusas, que ditam dia a dia a sentença a ser exarada pouco antes de falecer, se sairá ou não daqui mendigos de vida, Se Em Si não despertar o viver Dentro e Fora da bolha.
Que a Eclipse Solar deste mês definidor nos Toque...Sagrado Divino.