Liberdade 36
(Canto noturno)
Nunca fujira de mim!
Garantidor dos remos
As mãos de m'alma.
Tu, me fizeste para maré, Mar
Tu, me fizeste
Eu e Eles
Navego
Seu toque doi, em amor
Roi, a corroer
Minha intangível, incorruptível
Essência sem causa
Doença e cura, que dela renasço
Condenada a continuar sendo amorosamente em Ti
Totalidade umectante, toda penetrante em Luz
Seu toque Imanente
Que me trouxe
Faz de mim flambado
Degusto Tu em mim
Insaciavelmente
Mesmo que de mim emerja
Incompletudes da natureza substancial
Plasmado que me deu forma
Faltando-me por instante o impulso
Para a fé
Certeza de seu entranhável amor
Decaindo da total dependência de Ti para Ser
E a escuridão a me espreitar
Comprime-me
Vendo-me Eu e Tu como dois
Na separatividade que me leva à solidão e à morte
Sei que se Tu É
Ora onda, Ora partícula
Sempre me trará de novo à harmonia
Corrente enfeitada de pérolas
Suprema Canção, Vida
Que me junta e rejunta como quer
Estarei, enquanto me tiver em eternidade
A esmorecer de amor
Como o Oleiro e o barro, me faz e refaz
Eu Sou
Substância Tua
Que Tu molda
Como, onde, e quando quer
Sempre para, em condições dê
Irei junto ao mar
Caso desista de mim
Enquanto aqui permanecer
Inafastável Ser de Tudo que Há
Estarei a esvair todos as noites em ti
Para acordar em ti
Quando o amanhã chegar
Caso queira
Me queira
Aqui