Dei a mão ao destino, menino. Parecia aborrecido e cansado com aquele colosso de sentenças em sua bagagem.
Afoito, forçou-me os dedos para além da liberdade que o fazia presunçoso: nunca antes questionado, fizera de sua decisão um "altar intransigente".
Tentei tocar-lhe pelas costas, esperando que me mostrasse o mistério que carregava. O segredo do tempo aborrece os que o perdem no desalinho da trajetória.
Travesso, riu da minha esperança. Enquanto o seguia, a vida ia se distanciando numa velocidade inalcansável.
Fui perdendo as forças na corrida contra o tempo. O destino não gosta de relações impulsivas.
Parei no campo da escolha. Gramado verde, seco num quadrante. No centro um relógio do sol; esperei os ponteiros mirarem a hora.
Perdi-o de vista. Olhei para as mãos que o seguraram e vi linhas. Se soubesse lê-las, ao menos percebê-las, deixaria em paz o destino.
Agora, olhando com calma para as escolhas, já que o destino se foi, abraço o mapa das emoções que me deram norte...
Ah, se soubesse antes que o destino era a bússola... Teria dado ao coração o direito de mudar de direção.