NA PRECISÃO DOS SENTIDOS ...

Pela janela...

Só nos parece que não, mas os movimentos da Terra continuam precisos, ainda que deveras turbulentos.

A cada início de Abril eu sempre me surpreendo com a mesma imagem, algo precisamente intacta.

Toda a sua poesia flui pelas tênues nuances do Outono...

Ele, como se desenhado com a precisão dum compasso, se eleva soberano, embora um tanto apertado, em meio às paredes concretas dos arranha-céus mudos.

Sinto que pareço fazer força para lhe ajudar a subir ...

Aperta daqui, encolhe dali, respira fundo, por vezes algo resfolegante, sempre numa inicial polidez morna que se aquece aos poucos , a nos pedir silenciosa licença para se postar no seu lugar de Direito.

Brilha sua grandeza com humildade, nunca com a soberba do pífio, a ensinar que a Luz tem vida própria e não há trevas que a ofusquem.

Ele, o Sol, que de fato nasce para todos, a só brilhantemente se submeter às sombras pontuais, emerge do outro lado da Terra na precisão do tempo intangível, em cujos ponteiros de luzes se esparge todinho na atmosfera, a logo mais se despedir, como se na precisão dum relógio quântico.

O Sol...a sempre nos poetar o seu principal verso de vida:

A tudo é preciso ser pontualmente preciso.