Ainda não sei
Com suas singelas mãos escrevi, juntando nossas ágeis mãos descrevi, com ambas as mãos ligeiramente refleti, na pureza irresistível da fala, no escutar que se cala, a essência que exala, o pensar que se declara, de palavras escondidas, gentilmente escolhidas, delicadamente ajustadas, sinceramente espalhadas. Os versos soltos suavemente criados, levemente trocados, e de tantas outras maneiras intrigantes explicados, falando puramente da incessante vida, liberdade dos sonhos, leveza da alma. Quando no apagar das luzes, percebendo, atendendo, escutando o seu pedido, estando ali comigo, no silêncio da noite, fechando os meus olhos, sentindo o vibrante sonoro sopro poético, ditado aos meus aguçados ouvidos, encantei-me com um sorriso, vibrei com todos os meus inconstantes sentidos, apreciei silenciosamente no mais profundo intimo, loucamente entusiasmei-me desde o início. De tudo aquilo que pensei, de nada daquilo duvidei, do que ainda não sei, o pouco que sei, tampouco expliquei, o restante nem sei, só isto que eu digo.