Porvir
Ingênua ao supremo; inquietante momento; aceita seu destino sem contestação. Em lampejo ouve serena, o desejo de se tornar símbolo perfeito do amor de mãe, no mar revolto do mistério divino; alheia aos movimento da cantilena, acalenta-se na inquietude do dia, na pureza imaculada da escolhida. Piedosamente na virtude simplificante do descomplicado, aceita seu fadário na alva respeitável do nascituro que há de vir. Ao tocar dos sinos surge com a luz sonora do pôr do sol que se alegra no proibido mundo de pecado. De maneira sempre florida, manifesta como luz do mundo, predestinada a levar nirvana a todos. No deleite da alegria amorosa, no remanso na terra prometida, branca e perfumada crescia o símbolo maior do sacrário vivo de todos os tempos. Açucena, alva na paixão cuidadosa, embebecida no mel cintilante da menina que procura no sono celestial o momento perfeito para a concepção. Os santos na vontade de Deus adoraram na lógica da criação a mãe do futuro eterno. Caído na formação das horas, de futura rainha dos Anjos e Santos torna-se símbolo de acato e pudicícia. No descuido do passado e presente, levada pela profecia marcada no juízo, apresenta no templo da redenção o escolhido pelo pai. Contemplando na infância erudita daqueles dias que antecederia o encontro final com a anunciação no descanso seco dos sonhos obtidos na simplicidade, repousa e reflete o destino aceito. Brilhantemente no traçado solitário do sim, enumera na alma a espada que em fel poderá suportar os dias vindouros que virão. No hermético esteado, celebra o surgimento no lume do destino, da fulgência, do momento beatifico; no poderoso vislumbre do medo, abraçara na agonia, a devoção do seu clarão, a celebração carnavalesca do encontro com o mundo raro que na pequenez da vida, vai se tornar mudo diante do oficio, sem nenhuma melancolia, sem nenhuma virtude, sem nenhuma vergonha...