Não julgue.

Depois de um longo silêncio. De olhos marejados de lágrimas... Do orvalho sobre as flores no jardim... A água é uma redenção. Bebi um copo d'água, parecia que estava atravessando um deserto... O sol inclemente, um calor de assar pensamentos. E, você com ar blasé a olha tudo com estreitos olhos... fiapos de imagem contornavam tudo. Eu temia falar alguma coisa.

Há uma carência enorme em você. E, não sou capaz de dar conta... Sua trilha de vida era acidentada, havia abismos, havia curvas perigosos, mas principalmente, fortes ausências.

Tudo que deveria existir e jamais existiu. O tempo passou. Você cresceu, amadureceu e, o sofrimento torneou sua personalidade. Era uma pessoa dura. Por vezes era temida, outras vezes, odiada... Era mais fácil não compreender e, simplesmente, rejeitar... No palácio do silêncio, a prata da palavra informava sobre as coisas que orbitavam sem pousar. Enfim, a interpretação do outro é complicada. Mas, procure não julgar. Não condenar... pelo menos, sem antes saber de toda a história. Seja apenas humano demasiadamente humano. Erramos, aprendemos e compartilhemos... o  conhecimento é apenas uma construção coletiva.