VIVENDO NA BORDA

borda

As lágrimas que percorrem meu rosto,

Submergem-me em um oceano de aflições,

Levando-me a questionar a própria essência do ser,

A dor que permeia, oprime-me em vastidões silenciosas,

Onde os clamores e prantos sanguíneos na noite gélida jazem inaudíveis,

Encerrado nas grades de minha criação,

Cativo de um coração magnânimo que rejeita partir sem causas,

Considerando seus motivos ínfimos.

Habito a margem da existência, não é segredo, sinto até a derradeira gota deste veneno amargo e letal.

Esforços para escapar foram em vão, incontáveis são as tentativas.

Perdi-me em um mar de excessos.

Busco o sono, busco o despertar.

Não, desconheces o desafio de sorrir com rancor.

Sim, na noite pretérita, verti lágrimas, supliquei auxílio aos meus demônios,

Roguei por salvação de meu universo psicótico.

Anseio pela felicidade, almejo concentrar-me em mim, unicamente em mim.

Rejeito tua audição, rejeito tua voz.

Rogo por auxílio!

Subjugado por anseios e temores,

Por que não me ofertas tua mão ao invés de sermões ásperos?

Desejaria a valentia de meu progenitor,

A coragem de desaparecer sem retorno.

Desejaria a indiferença de minha genitora,

Que ignora as dores e se ausenta.

Contudo, pondero demasiadamente, sobre muitos.

E tal reflexão me atormenta.

poeta do fim
Enviado por poeta do fim em 26/03/2024
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