PEDIDOS À BOCA DA NOITE

Pudera eu ter a vida eterna dos oceanos que nunca dormem, sua solidão tão convidativa.

Queria o azul do céu para tingir o que é feio e mau.

Queria a poeira vermelha da terra para repor meus pedaços e nunca perceber que sou argila e

sangue.

Queria o mais saboroso fruto que pudesse adoçar a vida, desfrutar a tua essência.

Queria uma alma de borracha para nunca perceber que sou mortal.

Queria nunca ser um boneco de carne e osso com sentidos limitados e prazo de validade no

peito.

Meu Deus, quanto querer!