DULCINEA DE UM ALTER EGO ENAMORADO.
Ah! minha doce poetisa...
Queria abandonar esse desejo incontrolável de te ler
Um vício que venho tentando desabitar de mim, debalde!
uma luta que travo com meu alter ego, inutilmente!
Já que ele tanto te ama...
Eis ele vindo, esgueirando-se por entre uma insônia vívida,
E o silêncio gritante numa noite de lua minguante.
Já não domino o meu corpo e nem a minha mente.
Abancou-se de mim em vigília sobre o meu dossel...
e ele quer te versejar o amor mais puro...
Eis-me aqui, minha princesa da poesia e dos versos,
Mulher cigana... menina andarilha...
e minha dulcinea de tão amada que és...
Quero te ler e me extasiar de ti...
Perseguindo-te entre devaneios e quimeras
Numa busca incessante pelo seu olhar...
Saiba pois que, escreves com paixão...
Uma beleza que emana do imo do teu ser
E que transcende o teu versejar...
Consigo te ver, compenetrada... linda!!!!
Por entre o enredo sobre o amor
que você tão bem explicita
nos seus belos poemas.
E posso até sentir o cheiro do teu perfume
Por entre as rimas adocicadas...
E que está permeando o ar a minha volta,
entorpecendo meus pensamentos...
Sinto minha visão ficando turva...
Estou desvanecendo subjugado à tua poesia.
Uma lembrança distante, há tempos esquecida,
de um beijo que de ti, roubei...
povoa a minha mente novamente.
Sinto-me flutuando...
Um viajante excelso, vagueando incorpóreo,
sobre mares e ares tentando te encontrar.
Conquanto, ao te ler e reler...
Sentimentos de bem-querença
e encetamentos de inspiração poética,
inundam minh'alma anelante
e restabelecem os meus sentidos.
Vejo-me intuindo e escrevendo a ti,
poesias enamoradas.
E tudo bem esse pouco de heresia por você, debulhadas...
pois tens sobre vós, minha querida diletante...
Proteção, consagração e muita luz,
Já que és protegida por arcanjos celestiais,
E pela imposição das chagas de Cristo sobre ti...
Eis que vejo o amanhecer chegando...
e com ele, o meu outro eu, a despertar...
Brevemente voltarei para te reler,
Numa eterna busca pelo seu amor.
NOTA DO AUTOR: Mais uma poesia iniciada de madrugada e terminada ao amanhecer... novamente ladeados por uma insônia "crônica" e meu alter-ego inseparável... que desta vez resolveu "ele", escrever está prosa poética, que foi inspirada num poema deste Recanto...
Como um bom autista que sou!!!... é uma honra poder interagir platonicamente com meus preclaros bardos recantistas...