Vento

Perguntei para um amigo que mora na Capital:

Como foi o temporal por aí?

Não te assustaste com o barulho do vento?

No que ele me respondeu:

Não vi nada! Fechei a janela e o silêncio se fez.

Pensei…

Mas bah!

Eu ouvi o lamento dos passarinhos que talvez tenham perdido seus ninhos,

Ouvi minha cachorra latir de medo,

Ouvi meu gato arranhar a porta para entrar, no que corri para abrir.

Então pude ver e sentir intensamente o vento, o cheiro de terra molhada, as árvores balançando, A água da chuva descendo a ladeira levando tudo por diante,

Levando a areia da construção do vizinho,

Levando as folhas depositadas na minha calçada,

Levando o guarda-chuva da menina que desistiu de contê-lo.

Eu vi tanta coisa!

Vi que é hora de aproveitar a terra molhada e macia para plantar minha muda de buganvília cor-de- rosa,

Vi que não se pode fazer muita coisa quando a natureza quer nos dar uma lição.

Somos pequenos e insignificantes diante da força da natureza.

Como na frase do poeta “Fred Martins”:

Há com certeza os dias que não só pela chuva, que o calendário adia.

Rejane Pinheiro
Enviado por Rejane Pinheiro em 21/03/2024
Reeditado em 27/04/2024
Código do texto: T8024864
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