Castelo de Cartas
Minhas palavras já não tem sentido. Soam como repetitivas queixas. É essa saudade de tudo que acreditei. Não percebia o quanto me encolhia. O tanto que relevei, tolerei, perdoei foi me destruindo. Então, a consciência bateu… Eu tinha me tornado um grande nada. Por que não fugi enquanto havia tempo? Por que não fechei aquelas portas? Escolhas! O tempo passou... Hoje quero fazer uma revolução na maré baixa. Não há mais caminhos. Ainda não consigo ver a fronteira entre as minhas sensações e o real. Sei que o amor tem poderes. Inclusive de fazer enxergar um lindo jardim de flores em caminhos de deserto. Criamos idealizações. Enchemos o coração de certezas. Mas, fica aquela dúvida… tudo era ilusão ou só um jogo de conquista? O outro nos oferece um mundo de possibilidades ou somos nós que criamos as possibilidades no mundo do outro? Eu não consigo enxergar o quanto a minha carência pode criar de enfeites e paetês. Depois do mergulho, vir a tona e sentir o peso da realidade. Não há nem fôlego possível. Ainda tenho tanta dificuldade de seguir em frente, com todos esses preceitos de aproveitar o que há de bom. Ter generosidade no olhar. O medo de perder oportunidade de ser feliz por desejar muito mais do que ofereço. Triste seguir cultivando utopias no silêncio dos dias mornos…
*Si*