Janelas batendo com o vento
Janelas batendo com o vento, um vidro quebrado, porão de uma casa antiga. Calado gritando por dentro, o que de mim sobrou... Perturbado era meu todo dia. Eu fui de lá, estive lá e morava lá; por meses isolado, perdido no presente vivendo no passado, pensando em matar o futuro. Guardando raiva, parado com correntes nas pernas, imóvel sem descansar. A caveira era minha face, sem ter fome, sem peso eu mesmo me consumia. Precisava de um copo com bebida forte, o gosto amargo era doce e no escuro eu tremia, cansaço e a mente destruída. Como fosse ontem me lembro, quando estive em estado de decomposição.
Um ano no inferno de um quarto, sem ver a luz e a pele pálida, morrendo. Com ódio eu precisava sentir dor e meu prazer era algo destruir... Assim todo dia eu lá estava, com a minha alma à sangrar e só o gosto amargo que me acalmava. Cheiro de sangue, por dias sem sair do olfato. Mesmo no fogo eu era o frio gélido até que tudo em volta desande, até que outra parte de mim morra. Congelando por um vento sombrio; sem sentimentos e atormentado, com medo do próprio reflexo; Pelo escuro talvez amaldiçoado. Estive me matando escondido, na noite sendo esmagado... E o plano era apenas mais me afundar.
Eu estava lá, apodrecido, pela minha mente sendo enganado e na própria lágrima se afogando. Eu era minha dor e o meu pesadelo; meu ódio e minha sombra; meu amargo gosto, meu inimigo e meu refém. Eu era, eu era de lá, gelado estive lá e morava lá... Não volto mais para lá, que hoje estou bem; Hoje estou em paz, amém!