Semente sem destino

Meus pés caminham devagar

Pois o vento sopra contra mim

E eu rolo

Como uma semente inocente

Pelo espaço e pelo tempo

Na poeira infame

E caio no beco da mortalidade

Esperei a chuva cair

Para o meu nascimento

Mas o sol ardente da primavera

Secou as gotas

Das nuvens indolentes

E o meu crescimento foi acontecendo

Dentro de uma cúpula

Onde o aroma

É de imortalidade

A cor era verde

O verde da esperança e da liberdade

Mas acordei com as vestes

De um adolescente

Agonizado por não gozar

A liberdade do tempo e do espaço

Lourenço Duarte, 2024

(texto escrito em 1979 - Curitiba - Paraná)

Lourenço Duarte
Enviado por Lourenço Duarte em 10/03/2024
Código do texto: T8016999
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