o menino

De rosto singelo
e tez colorada;
olhos verdes cintilantes;
à beira do caminho;
que o levava  ao longe;
Liberto como um passarinho;

Lá vai o menino sem conceber o perigo;
Com seu perfume de almíscar do oriente;
Pelas ravinas entre animais noturnos;
segue com seu sudário roto;
Reza a Pã senhor dos cantos;
Ígneo de peito aberto e absorto;
As  madeixas loiras a  escorrer pelo pescoço;
Furta espigas  em milharais alheios;
salta riachos transpõe cercas de arames farpados
E monta em éguas e  cavalos afoitos;
Anda por  planícies povoadas de  bois rajados;
Leva na cintura uma espada de plástico;
E nas mãos  suadas um pedaço de pão;


01/09/1987.
 
Labareda
Enviado por Labareda em 03/01/2008
Reeditado em 09/11/2017
Código do texto: T801563
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