Sob a luz do fogo
Eu não quero aplausos. Cada frase é redenção. Cada palavra me identifica como essência. Faço do espelho de cartas em branco o retrato do auto-perdão. A poesia é sobrevivência. A estrada que sempre percorro ao fazer o caminho de volta. Eu sou mar. Mergulho fundo muitas vezes. E me faço onda bravia a me lançar e derramar nas areias. E aprendi a respeitar minhas vazantes. Entendi que quanto mais eu tento disfarçar, maior destaque dou aos meus segredos. Sejam gordurinhas, orgulhos, egoísmo, medo ou alegrias. Melhor tirar as máscaras e me revelar por inteiro, com tudo de lindo e imperfeito que seja. Entendi que coragem é parceira da escuridão. E assim deixo correr a água de sentir em toda carne e alma. Se for solidão, seja de verdade. Esteja plena onde quer que esteja, ainda que ninguém saiba que eu estive por ali. Tanto ainda a aprender… principalmente, chorar. Preciso deixar as lágrimas descerem feito rio indomável montanha abaixo.Chega de reter líquidos! Nada de engolir a sensibilidade que é minha! Chorar. No cinema. Em casa. No silêncio. Em prece. Lágrimas não deveriam ser motivo de autocensura. Eu já não espero mais nada. Esse caminho é só meu. Que ninguém me entenda, não importa. Eu descobri o meu baú no fim do arco-íris. Sei onde está o meu coração. Pulso na frequência do amor. O preço pode ser alto. Mas, nada é maior do que o valor de pertencer a si mesmo! O trabalho é árduo! Nada de culpas! Até aqui fiz tudo o que pude com a sabedoria que tinha. E daqui por diante sigo em frente com abraços abertos ao novo, ao desconhecido. Sou uma outra mulher!
*Si*