Naufrágio

 

Quando afundou por demasiado peso, 

naufragou em tudo. 

Abandonando as vestes rasgadas e sujas, 

Corroídas pela dor da luta. 

Sem saber nadar, nadou. 

Os olhos ardiam, 

Numa cegueira temporária

Colidiu com o abrir dos olhos. 

Nos punhos, 

Chanfrado metal

Que sustentavam as correntes.

E pelo caminho, 

Um molho de chaves

Dava acesso a cada porta

Rumo à terra firme. 

Os pés envoltos na areia

Lembravam o vaivém do mar. 

Entre sol e temporal, 

O que era mal

Não resistiu ao sal...

 

 

 

Agradeço a linda interação

do poeta

Alexandre Alaor Berghahn:

 

 

Terra Firme

 

◇◆◇ 

Resignada, ali fica aprisionada num sonho.

Acorrentada à espuma que em seu torno

dança…

Saboreando das vagas azuis, mar que

bate risonho,

Hospede de um velho penedo que ali

descansa.

 

Abriga no teto do seu portal, lembranças,

Queixas e desabafos de solitários momentos...

Empresta sombra a homens, mulheres e

crianças

Guarda secretos segredos…

Salpicos de amores!

 

Firme e ancorada em salgadas visões

Fixa olhares às estrelas que lá moram

distantes…

Furta o luar á lua em noites de

constelações,

Chapinhadas pelas caudas das sereias

amantes.

 

Abres asas à imaginação, a quem por ti

passa,

E alagas em mim, saudades que por ti

sinto…

Revestes-te de magia na fina areia

descalça,

Portal da rocha… Enfim terra firme

livre do mal!

◇◆◇

 

AdriSill
Enviado por AdriSill em 08/03/2024
Reeditado em 08/03/2024
Código do texto: T8015294
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