Saudade
De repente, mais um título assim, saudades.
A minha felicidade adormeceu após a partida de mamãe.
Lutos e lutos a minha volta, alguns geraram revoltas, mas aqui estou.
Temo ao perceber que me escondi no meu mundinho, e que a vida seguiu para todos como se nada acontecesse.
De repente, sou mera pessoa infeliz, a tristeza invade meu corpo com dores, dissabores, meu olhar entristeceu.
Os filhos cresceram, alguns voaram como Fernão Gaivota, e eu ainda vivendo do meu passado, na busca ideal que tenho.
Os sonhos que sonhei foram alternados com a dor,
Com a falta de amor maior.
Às vezes, o ficar só me apavora, mas é a hora chegada de ficar.
Muitas vezes, a família se perdeu, e nos meus aís a lembrança se torna forte.
A saudade de meus pais, de meus filhos, de meu irmão - Carlos.
A saudade dos tios e primos, o tempo passou.
As dores da fibromialgia, deficiência oculta, aumentaram,
A saudade provocou até perda de memórias,
E, minha história se tornou museu.
Mas, mesmo assim agradeço a Deus por ainda mesmo na dor,
Escrever, dizer na verdade o que sou.
Agradecer as lágrimas que caem dos olhos ao digitar essa prosa,
A saudade onde vejo em todo meu quintal pedacinhos do seu Chico e da dona Deo.
A saudade de ser mais forte como outrora eu fui,
Mas, tem horas que entrego os pontos e fraquejo diante da Vida.
Saudade que me transformou a seguir em frente, sozinha e livre.
Saudade por ser órfã, por ter perdido meu chão.
Saudades de uma vida que construí ...
Apenas, saudades.