Verdades Ocultas

Utopias à parte a licença poética é salvo conduto. Na estranheza das frases desconexas tudo me é lícito. Intentos insanos. Inconscientes desejos. Versos amorfos. Seja lá o que vier, sendo eu ou o lírico, são possibilidades. Nem tudo é autoficção ou desabafo. Inspiração ou delito. Dos desertos em branco, para além da lógica, toda distração gramatical ainda é válida. Se for pra sentir, fazer sentido não importa. Expor a alma. Despejar a dor incômoda. Transgredir a alegria efêmera. Escrito na carne ou no infinito tudo se torna belo a partir da verdade do dom. Por que buscar razões quando nada se encontra definido? Por que a leitura tem que ser da realidade para o sonho, e não o contrário? Ou nada disso! Só um descanso para o olhar exausto. Uma fuga perfeita dos dias impossíveis. Para validar tudo isso existe a receita do bolo, deixa ser pela intuição. Regente magna de toda criação, ou criatura. Enfeita de técnica só o discurso da mentira. Quando o bom poeta finge o que sente. No mais, o discurso do caos, nonsense, há de ser soberano a toda construção criadora de outros universos para muito além das limitantes certezas que habitam nossa história. Afinal, a escrita é para abrir as grades. Permitir que sejamos verdadeiros, ainda que tão somente personagem.

*Si*

~Verdades Ocultas~

Simone Ferreira
Enviado por Simone Ferreira em 06/03/2024
Código do texto: T8013741
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