Marginalizados ...

Um poema na memória tem o costume de sempre emergir e insistir em aparecer nos momentos mais frágeis de nossas vidas.

Esse inquietante ser marginalizado e tão necessário na premência de um peito aflito. E no esquadro da janela, ainda sinto o seu aroma.

... Uma pintura antiga; mísera e pequena. Com apenas uma casinha de barro e uma jaqueira ao lado. E com os pés sujos, ainda me deito no parapeito desse poema e sussurro: " abra mais essa janela". E ele sempre mudo, cego e sem audição relembra:

- "transborda-te; ainda estou aqui. "

E de antemão e sem ressentimentos; ainda choro e alívio essa marginalidade tão feroz e bruta. Esse poema que vez em quando me entende . E quando em vez me insulta. Mas abandoná-lo é engano. É tiro no peito. É sangue no pranto.

Então, ele me margeia e viro o seu personagem sentada sob a jaqueira.

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Kathmandu
Enviado por Kathmandu em 02/03/2024
Código do texto: T8010993
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