Confesso, escrever para mim é catarse... é uma forma de expulsar demônios e anjos. É forma de materializar pensamentos, tornear valores, vencer paradoxos e construir enigmas... Por vezes, sofremos sem perceber... A maturidade nos surpreende, e perdemos a esperança. Lá fora, há idosos abandonados, crianças negligenciadas e adolescentes entorpecidos por qualquer droga. O excesso de tecnologia retirou boa parte da espontaneidade, e as relações humanas restaram tênues, fragilizadas e, quase puramente digitais. Os medos, a ansiedade, o silêncio ensurdecedor a pontuar... entre segredos e vitórias implícitas. Na dinâmica frenética, tudo passa acelerado... Óbitos, vítimas, loucura, doenças e misérias tão invisíveis que nos desumanizam...
As vezes, escrever é o derradeiro bafejo de sanidade... ou então, de crescimento em direção ao infinito. Se irão me entender ou não... Ou serão palavras perdidas entre a semântica e sintaxe, tanto faz... Apesar de tudo, escrever é importante. Um registro, um marco ou referência... as estrelas conversam, as nuvens dançam e, a chuva limpa almas de forma líquida e definitiva. E, escrever é uma terapia sólida para não morrer sufoca por dores, sentimentos e afetos quebrados.