A alma não conhece pátria. Sentimentos não possuem raízes.  Tudo é ventania e, por vezes, há ciclones a bagunçar tudo. Meu corpo trafega pelo mar das incertezas e, afunda nas verdades óbvias. Nem tudo nos prende. Nem tudo pode ser possível, plausível ou palpável. Olhos nem sempre enxergam. Fonemas nem sempre premiam palavras.
E,no silêncio profundo há mais significado do que todo o contexto. Há conexões soturnas em afetos adversos. E, nas encruzilhadas há uma estranha trigonometria e, uma lógica bastarda. Aparências, congruências e coincidências nos iludem... Iminências pardas ou brancas nos amedrontam... seja pelo timbre da voz, seja pela crueldade atroz...

Perto de alguns seres humanos somos despossados de nossa humanidade... sentimo-nos menor que uma ameba e, tão irrelevante que o vento leva, que o esquecimento sepulta e, por fim, invisíveis e miseráveis não pertencemos a nenhum lugar... Vagamos por tribos, clãs e grupos... induzidos por ideologias vãs, por patriotismo idiota e, pior, por falta de racionalidade. O que é para espírito humano uma bandeira? Nutrimo-nos de valores, de preciosidades arquivadas na retina ou na memória... Que perdeu referências não precissa de bússola, precisa de consciência...

Mas, uma coisa me intringa: onde comprar? como adquirir? A pátria dos afetos, dos vínculos, dos laços está na memória inscrita em lápides e nos livros de história.


 

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 02/03/2024
Código do texto: T8010847
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