O Fuji na terra do sol nascente
Entre o frio e a neve o gigante dorme... Ronca no seu âmago de vez em quando... Sonha com os velhos dias que mostrava o seu furor.
Na terra do sol nascente é a sua morada... Talvez um dia acorde da sua hibernação e transforme o gelo em fogo, e a atmosfera fria em calor, despertando tudo e a todos!
Cuspindo pelo ar haicais dignos de apreciação, haibuns que exaltem o seu poder... No momento o Fuji ronca, embalado por cantigas de ninar e pelos uivos das ventanias do lugar... Permanece vivo como nunca esperando o seu tempo certo de acordar.
Sol nascente
A oeste daqui o astro diz adeus, com raios fulgidos e tons alaranjados contorna as nuvens de cima, como se mapeasse para nós o caminho da eternidade.
Desponta no Oriente na terra do “sol nascente” onde o frio canta canções e os dragões alados não são sinônimos de fantasias, mas talvez de ancestralidade.
Terra dos olhos puxados, berço de samurais que aposentam suas espadas trocando-as por tinta, penas e letras fecundando-se em haicais, que alçaram voos e ganharam o mundo e foram engaiolados nos corações dos amantes de seus momentos presentes.
Assim o dia inicia-se e canta: “Hinomaru...”
Enquanto por aqui o sono nos alcança e os morcegos saem para seus banquetes noturnos, sonho com o meu próximo haicai.
Duas (2) prosas com o tema: 'Sol Nascente' enviado para o Concurso Bungaku.