ATOR/MENTADO

Estes meus olhos castanhos,

No espaço perdido

Quase sempre a uma lágrima contida.

Sigo com a vida contracenando, procuras e procuras... Não encontrando.

Sem medo, sem segredos exponho - me

Talvez um ator num monólogo, confabulando.

Às vezes as lágrimas salgadas deslizam dos olhos e vai a boca encontrando.

Como ator me refaço, disfarço em vez de choro ecoa pelo vazio infinito gargalhadas glutais em meio a gritos.

Penso nos olhos que não virão, que brilhavam nos tocares de mão.

Ah!, este sentimento oculto que permanece no meu coração.

Quantas emoções e frustrações guardei nas folhas de cartas que não enviei.

Vou assim, fechado para os outros, aberto para mim.

Um palhaço sem picadeiro, um mágico sem aplausos, um estoriador que não sabe contar " causos"

Um ator decaido, sem palco para se ter exibido.

De momentos em momentos até o que gostaria de fazer não faço, meus risos, minha força meu positivismos, só fracassos.

Os sonhos, vontades, no passado ficaram.

Agora vivendo a mais pura realidade, a morte em vida, objetivos , vontades em precariedade.

Por favor, entenda, sou só um ator, a vida é a peça que não fui o criador.

Caminho sozinho, sorrido e rindo da dor

Seja ela qual for.