ENQUANTO NÓS LATIMOS

Os pingos da chuva fina se deixam cair cada um com sua força, luz, volume e som. Os pássaros renunciam aos céus, enquanto toda fauna terrestre se resigna diante do deleite da flora sorridente.

Os córregos correm por dentre as rochas como se brincassem de lutar. Filhotes, crianças irmãs. Se o vento é suave e fresco, o fogo… o fogo aguarda passivo a sua vez de jogar.

Os peixes se lançam ávidos, vencendo as corredeiras acima. Como uma carga em seus ventres, assim como as águas, presentem o momento ideal de resistir ou de avançar...

Os elementos, os animais como os pingos da chuva, sabem a hora de parar. Os humanos, pensam e PENSAM que não sabem, que não querem, que não devem nunca. Se esvaindo impotentes pelos ralos do esquecimento, sem querer saber.