Entre Sombras e Luzes

Por onde começar, sem se machucar?

Para onde ir sem vestígios carregar?

Para onde olhar, se cicatrizes vão perdurar?

Como pôr fim no abismo entre a razão e o coração?

Como acalmar a alma se o medo está tão presente?

Como aprender a dizer não diante da solidão tão iminente?

Da perda e do cansaço recente, do olhar acusador.

Não há força emergente, a luz não se acende, o tempo não se dissipa.

A vida se finda, o grito sufoca e agita, a emoção aflige e embarga a garganta.

Molha os olhos e se irrita, pesa na alma que conflita e busca a causa e o alento.

E nesta perfeita solidão, eu não me jogo no chão, busco no espaço a razão.

Não deixar o coração dominar as emoções e viver todos os momentos de profunda devoção.

Não permitirei o apontar sob o jugo de ninguém a me olhar.

A solidão é escolha, as manchas e cicatrizes se fecham, as dores passam, os olhos se secam e se alegram.

A vida não espera, ela acontece todos os dias, eu sigo em frente mesmo sozinha e rodeada de gente todos os dias.

A vida acontece tão de repente que me perdi em determinado momento, e me achei em outros mil, um delirar quase recente, com sorriso aberto e contente.

Porque todos os dias eu preciso recomeçar.

 

Sonia Maziero
Enviado por Sonia Maziero em 22/02/2024
Reeditado em 22/02/2024
Código do texto: T8004465
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