Entre Sombras e Luzes
Por onde começar, sem se machucar?
Para onde ir sem vestígios carregar?
Para onde olhar, se cicatrizes vão perdurar?
Como pôr fim no abismo entre a razão e o coração?
Como acalmar a alma se o medo está tão presente?
Como aprender a dizer não diante da solidão tão iminente?
Da perda e do cansaço recente, do olhar acusador.
Não há força emergente, a luz não se acende, o tempo não se dissipa.
A vida se finda, o grito sufoca e agita, a emoção aflige e embarga a garganta.
Molha os olhos e se irrita, pesa na alma que conflita e busca a causa e o alento.
E nesta perfeita solidão, eu não me jogo no chão, busco no espaço a razão.
Não deixar o coração dominar as emoções e viver todos os momentos de profunda devoção.
Não permitirei o apontar sob o jugo de ninguém a me olhar.
A solidão é escolha, as manchas e cicatrizes se fecham, as dores passam, os olhos se secam e se alegram.
A vida não espera, ela acontece todos os dias, eu sigo em frente mesmo sozinha e rodeada de gente todos os dias.
A vida acontece tão de repente que me perdi em determinado momento, e me achei em outros mil, um delirar quase recente, com sorriso aberto e contente.
Porque todos os dias eu preciso recomeçar.