Liberdade 18

O necessário!

A alma escolada, escaldada da vida montada pelos homens, que se vive como certa, moldada, da interação dele para com a natureza por meio do trabalho, na acumulação de coisas, gerando coisas, crendices e achismos dos mais diversos, vive na espreita, caçando relíquias para alimentar o Espírito nesta Terra infértil de significado.

O alimento que não se compra.

Aquela alma formada, tão bem nominada por Clarice Lispector, há de balbuciar, de si para si: "fazer o necessário"...tá bom!!!..vidas de gente, como as dos gados indo para o matadouro. Existe às pencas.

Eu não. Vou é manter-me como viajante sem legenda, ou ideal, aproveitando o fluxo do é isso mesmo, cuido do meu lado, daquilo que me compete para sobreviver nesta arena, e alimento do que tem para hoje, esta canja, o voyeurismo coletivo, confirmando com os olhos, o que as profecias e os profetas, os filósofos, os sábios da civilização disseram aos coros no passado, e neste hoje de obviedades.

Muitos, ainda se segurando numa tênue fumaça de fraternidade sentida pelo coração, quando olha para trás, confirmam o quanto a evolução fraterna e a vida participativa, a interação entre os pares até certo ponto são percebidas nos reinos animal, vegetal, na fauna, na Flora, mas, e a engrenagem do reino humano? enferrujada, enguiçada, fazendo da convivência entre si, um fracasso, dos outros reinos, tão somente fonte de consumo. Uso.

Existe um movimento de uma dissonância que entorpece o despertar da humanidade para a vida em comunidade, com sentido para os pares que interagem.

Na medida que o conhecimento é apropriado pelo homem, ocorre uma fragmentação dele com o que cria, gerando multidiversidades de eus, crenças, verdades, teorias disto e daquilo.

Está escurecida a visão dos observadores e daqueles que interagem na vida, de que a Essência Una é a Causa de Tudo que há, Ela não subdivide, não seleciona, não suprime, não embatuma, não extingue, ou trabalha na criação sem sentido, seja na aparição de um grão de areia, ou de uma partícula atômica do ar. Ela busca uma transformação com sentido e significado em tudo, por puro amor. A Causa Primeira sem causa, que nunca morre.

Aquele que vai indo para este observatório dentro de si mesmo, passa a sentir a presença de uma necessidade da Consciência Una em dar sentido e significado àquilo que cria, de dar sentido e significado a cada ser, a tudo que emana, mantém e gera, por puro prazer, simplesmente por gerar, por puro prazer de gerar.

Está conclusão vai tomando proporção de prazer dentro, até que transforma em êxtase, que imanta a alma num realizar de totalidade que nada mais a tira desta condição.

O necessário, fazer, realizar para o Todo, para Deus... mora aí, co criar com o Criador, naquilo que torna para a alma, o necessário, com sentido e significado, por puro prazer de realizar, daí a satisfação.

O tesão para vida...Carl Jung aceitaria como o codinome? um dos sintomas daquele que começa ter um prenúncio de que está no caminho do processo de individuação?

Parece feio, o termo. Tesão para a vida. Lembra isto? Amai a Deus sobre todas as coisas, e o próximo como a ti mesmo.

Seria esta frase um mantra agregador da energia do Amor Divino para a Alma fazer o enlace dela para com a vida? E se achar?

O Mestre não desperdiçava palavras. As usava como Fogo Sagrado em forma de parábolas, para trazer a este orbe a Fonte do Amor.

Selá.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 21/02/2024
Código do texto: T8004099
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