Loucura Minha

Minha loucura hoje quieta, serena é avessa a barulho, não quer escândalos. Nem faz questão nenhuma de aparecer. Domada. Intensa. Paradoxal. A pergunta do dia é: como pertencer mantendo o primor da solitude? Como ser inteira doando algumas partes? Tanto me concentrei na dor que deixei para trás, mantive todo o foco na superação, custei a aceitar que havia o lado bom. Ilusão, crença, projeção… Sei lá o que era, mas existia como realidade. Nunca questionei o meu pertencimento. Era parte, simples assim. A loucura estava ali ainda raivosa, rebelde, barulhenta. O anestésico perfeito. A névoa ocultando as verdades. Aquelas que hoje já não fazem mais sentido, mas eram as verdades daqueles tempos. E essa mania de voltar ao passado feito mãos a revelar o futuro? Assim é. Há uma busca de compreensão além dos véus. Sem essa de não olhar pra trás! Na estrada do autoconhecimento, muitas respostas estão nas sombras do passado que insistimos em não iluminar. Existe muito aprendizado em tudo que varremos para debaixo do tapete. Não há mal nenhum em sacudir a poeira. Respirar o cheiro do mofo dos tempos. É como descobrir tesouros enterrados na lama. No fundo do baú, o ouro nem sempre revela respostas, muitas vezes apenas abre caminhos para mais perguntas. Aí está a magia! Lentamente, tudo se ajusta. Presente, futuro, passado…

*Si*

Simone Ferreira
Enviado por Simone Ferreira em 20/02/2024
Código do texto: T8002888
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